Túmulo 155
Conheça a Dama de Baza
O túmulo da Senhora apresenta uma série de peculiaridades. A primeira é que se trata de uma câmara tumba onde foi sepultado apenas um falecido, o que é incomum nesta necrópole. A câmara era revestida por uma parede de adobe e atrás desta parede conhecemos oito ranhuras verticais distribuídas pelos cantos da câmara, que serviam para introduzir vigas verticais de madeira, que suportavam algum tipo de cobertura.
O enxoval da Senhora possui algumas características curiosas. Possuía 4 ânforas em cada um dos cantos do túmulo, com uma série de urnas bastante particulares com decorações inigualáveis no mundo ibérico-bastetano e além disso, possuía uma grande quantidade de armas no interior do túmulo, acumuladas mesmo no centro. da câmera.
Para alguns pesquisadores, esse acúmulo de armas, que corresponde ao equipamento completo de 3 ou 4 guerreiros, pode refletir o fato de que no momento do sepultamento houve algum tipo de duelo incruento. Esses tipos de duelos eram baseados em um aristocrata. Ao morrerem, realizam uma série de duelos rituais e as armas fazem parte do ritual funerário, que são amortizadas dentro da câmara. Muito pouco se sabe sobre a superestrutura, mas em algumas fotos pode-se perceber que existia um corredor de acesso no lado norte.
Você sabia que...?
Durante muito tempo acreditou-se que representava uma deusa ou figura divina. No entanto, algumas interpretações mais recentes sugerem que poderia ser a representação de uma mulher da aristocracia ibérica. Além disso, as mãos da Dama da Truque seguram objetos em forma de cetro e uma espécie de caixa ou recipiente. Estes elementos levaram a especulações sobre o seu papel exacto: alguns pensam que ela poderia ser uma rainha ou uma sacerdotisa que participava em rituais religiosos.
A presença da Senhora de Baza num túmulo evidencia também a sua ligação às práticas funerárias e à ideia de vida após a morte. Estes tipos de esculturas em contextos funerários sugerem frequentemente uma crença na continuidade da vida após a morte.
A interpretação da Senhora de Baza continua a ser um tema de debate entre arqueólogos e estudiosos, mas a sua presença misteriosa e as questões sem resposta que levanta fazem dela uma peça arqueológica particularmente intrigante.
– Necrópole: Grande cemitério onde abundam os monumentos funerários.
– Fusayola: Contrapeso colocado no fuso giratório, servindo também como contrapeso.
– Pira funerária: É uma estrutura, geralmente de madeira, que é utilizada para a queima de um corpo como parte do rito fúnebre.
– Adobe: Massa de barro às vezes misturada com palha, moldada em tijolo e seca ao ar, utilizada na construção de paredes ou muros.
– Ustrinum: Fossa onde foi encontrada atividade de combustão.
IMERSÃO NA HISTÓRIA
Na necrópole do Cerro Santuario encontramos diversos tipos de sepultamentos, entre eles, um dos mais famosos da cultura ibérica; túmulo número 155 ou também conhecido como túmulo da Senhora de Baza.
Trata-se de uma estrutura com 2 metros de largura por 2 metros de altura, onde foram encontrados riquíssimos enxovais, onde o elemento principal era a figura da Senhora de Baza. Nesta tumba foram encontrados oito arranhões verticais nos cantos.
Surge um ustrinum, que é uma pira funerária com a terra avermelhada pelos fogos que ali existiam, onde, com toda a probabilidade, foi cremado o corpo da figura representativa da Senhora de Baza.
Esta figura, quase com toda a probabilidade, estava entre os escalões mais altos da aristocracia Bastetana.
Empoleirada nesta parede foi encontrada a estátua representativa da Senhora de Baza.
Grande Ustrinum parcialmente destruído pela tumba 155.
Tumba 155BIS. Pequeno túmulo de câmara do século V a.C., parcialmente destruído pela construção do túmulo 155.
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